Turistas Internacionais Deixaram R$ 17,6 Bilhões No Brasil Nos Primeiros Cinco Meses De 2024

Entrada de US$ 3,2 bilhões na economia brasileira é 18,5% maior que os primeiros cinco meses do ano passado, quando a entrada de divisas foi de US$ 2,7 bilhões 

Os turistas internacionais deixaram na economia brasileira, de janeiro a maio de 2024, US$ 3,2 bilhões (o equivalente a R$ 17,6 bilhões na cotação atual). O valor é 18,5% maior que os primeiros cinco meses do ano passado, quando a cifra deixada por visitantes de outros países foi de pouco mais de US$ 2,7 bilhões. O valor também está acima do acumulado do mesmo período de 2019, último ano antes da pandemia de Covid-19, quando o registro foi equivalente ao de 2023. 

(BTS.news/Arquivo) 

O crescimento segue a tendência registrada em abril, quando o valor das entradas de divisas internacionais no turismo no quadrimestre bateu todos os recordes da série histórica, iniciada em 1995. À época, o registro foi de US$ 2,6 bilhões, contra US$ 2,1 bi no primeiro quadrimestre de 2023. 

Já o registro de entradas para maio de 2024 apresentou queda em relação ao mesmo período do ano passado. A diminuição pode ser atribuída ao menor fluxo de turistas internacionais no país em abril, após o período de alta temporada. Outro ponto fundamental para a queda foi a redução do volume de câmbio nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina por conta da emergência climática na região – diversas cidades gaúchas e catarinenses foram prejudicadas pelas fortes chuvas e enchentes. O Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, está fechado desde o início de maio. 

O registro de entrada de divisas para maio deste ano foi de US$ 523 milhões. Em maio do ano passado, esse valor ficou em US$ 567 milhões, um recuo de 7,76%. Ainda em maio, o Presidente da Embratur, Marcelo Freixo, participou de uma reunião extraordinária com o Conselho Nacional de Turismo (CNT) justamente para discutir as medidas para socorrer o Rio Grande do Sul, ainda atingido pelas enchentes. 

Uma das decisões do Conselho foi a criação de um comitê de crise para lidar com emergências ambientais semelhantes e o adiamento da data da 1ª Edição do Feirão do Turismo, que foi para 24 de agosto. Freixo colocou as ferramentas da Embratur de monitoramento de imagem e dados à disposição desse comitê para que seja possível traçar as melhores estratégias de retomada econômica da região. 

“Nós estamos em um ano muito bom para o turismo internacional, com ótimos resultados, mas enfrentamos esse momento difícil para toda a população do Rio Grande do Sul, e isso é mais importante. Foram quase 500 municípios atingidos, uma situação extremamente dramática, e temos que ser solidários. Em um primeiro momento, a única preocupação é salvar vidas. E depois, cuidar da infraestrutura e da recuperação econômica”, destaca Freixo ao comentar os números de maio. 

“E, ao trabalhar para a retomada econômica e turística desse estado, estamos apontando, também, a direção certa para os trabalhos da Embratur, para que o turismo seja uma ferramenta de desenvolvimento, de geração de emprego e renda, e que funcione estimulando a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente, para que nossa fauna e flora tenham mais valor preservadas, combatendo as emergências climáticas provocadas pelo aquecimento global”, acrescenta. 

De acordo com balanço da Defesa Civil do Rio Grande do Sul publicado no final do mês passado (junho), as enchentes afetaram 478 municípios, deixaram 388.781 desalojados, mais de 2,3 milhões de afetados, 806 feridos, 34 desaparecidos e 178 mortos. O órgão ainda investiga quantos dos casos fatais “têm relação com os eventos meteorológicos”.