Heathrow Pede Às Companhias Aéreas Para Pararem De Vender Bilhetes Para Este Verão

O Heathrow Airport, em Londres, impôs um limite diário de capacidade e está solicitando às companhias aéreas que parem de vender bilhetes para este verão, para reduzir o impacto das dificuldades operacionais sobre os passageiros. 

Aeroporto Heathrow, Londres. (© Bing Imagens)

“Tomamos a difícil decisão de introduzir um limite de capacidade com efeito de 12 de julho a 11 de setembro”, anunciou o CEO do aeroporto, John Holland-Kaye, numa carta aberta aos passageiros. 

O número máximo de passageiros à saída de Heathrow que as companhias aéreas e os trabalhadores do aeroporto conseguem gerir é de 100 mil por dia, especifica o documento. Contudo, e apesar das medidas implementadas para reduzir a oferta de voos, as previsões do aeroporto apontam para uma média de 104 mil lugares por dia, o que corresponde a um excesso diário de 4.000 assentos. 

O CEO de Heathrow sublinha que “em média, apenas cerca de 1.500 desses 4.000 lugares diários foram vendidos aos passageiros, e por isso estamos pedindo às companhias aéreas nossas parceiras que parem de vender bilhetes de verão para limitar o impacto sobre os passageiros”. 

John Holland-Kaye reconhece que esta medida “significará que algumas viagens de verão serão transferidas para outro dia, outro aeroporto ou canceladas” e pede “desculpa aqueles cujos planos de viagem forem afetados”. 

O objetivo “é proteger os voos para a grande maioria dos passageiros em Heathrow este Verão e dar confiança de que todos os que viajam pelo aeroporto terão uma viagem segura e confiável e chegarão ao destino com as suas malas”. 

O executivo alerta que, mesmo com a limitação de capacidade, “o aeroporto ainda estará movimentado” e pede aos passageiros que sejam compreensivos e estejam preparados. Para contextualizar o aumento do tráfego, o CEO sublinha que Heathrow teve “40 anos de crescimento de passageiros em apenas quatro meses”. 

O executivo garante que antecipou a recuperação das viagens e começou a recrutar trabalhadores em novembro do ano passado, esperando até o final de julho ter tantos trabalhadores na área da segurança como antes da pandemia. Ainda para responder ao aumento, o aeroporto reabriu o Terminal 4, para onde transferiu 25 companhias aéreas. Apesar de tudo, ainda existem algumas “funções críticas no aeroporto que ainda carecem de recursos significativos, em particular assistentes em terra”, acrescentou o executivo. 

Nas últimas semanas, com o número de passageiros à saída de Heathrow a exceder 100.000 por dia, o serviço caiu “para um nível que não é aceitável”, reconheceu o CEO do aeroporto, referindo-se a “longos tempos de fila, atrasos na assistência a passageiros, malas que não viajam com passageiros ou que atrasam, baixa pontualidade e cancelamentos de última hora”. 

Estes problemas, diz, devem-se “a uma combinação de pontualidade de chegadas reduzida (resultado de atrasos em outros aeroportos e no espaço aéreo europeu) e aumento do número de passageiros que começa a exceder a capacidade combinada das companhias aéreas, dos agentes de assistência em escala das companhias aéreas e do aeroporto”. 

O CEO recorda que, no mês passado, o Ministério britânico dos Transportes (DfT) e autoridade civil britânica para a aviação (CAA) solicitaram que fossem revistos os planos de Heathrow para o verão de forma a minimizar a disrupção, e que os ministros implementaram um programa de anistia de slots para incentivar as companhias aéreas a remover slots sem penalização. 

John Holland-Kaye indica que “algumas companhias aéreas tomaram medidas significativas, mas outras não”, e daí serem “necessárias mais ações para garantir que os passageiros tenham uma viagem segura e confiável”.