Ryanair Cancela Voos Que Vendeu Para Slots Que A TAP Terá Que Pôr A Leilão Em Lisboa

A Ryanair, que não sabe se os slots que a TAP Air Portugal terá que ceder no Aeroporto de Lisboa lhe pertencerão, avançou hoje com mais um passo na tentativa de se fazer de vítima de um alegado impedimento na utilização de faixas horárias que não tem e não sabe se alguma vez terá.

(© PressTur)

A única coisa que é certa é que a Comissão Europeia decidiu que a TAP terá que ceder esses slots, mas através de leilão e não ‘de mão beijada’ a qualquer companhia aérea, mas a Ryanair age como se se tratasse de slots a que tem direito.

E assim anuncia que irá cessar 19 rotas neste verão e acrescenta que por isso irá reduzir o número de aviões baseados em Lisboa de sete para quatro, “com uma perda de 150 postos de trabalho de aviação bem pagos, mais de 900 mil passageiros a menos e mais de 250 milhões de euros em receitas turísticas perdidas para a cidade de Lisboa neste verão”, indicando que terá menos 5.000 voos no Aeroporto Humberto Delgado.

Acresce que, não só a Ryanair não tem garantia nenhuma que os slots que a TAP largar serão para si, como ela própria reafirma que a partir de outubro terá de novo a servirem Lisboa os aviões que agora diz ir retirar.

Além de querer ‘passar a perna à concorrência’ e ganhar os slots antes de haver leilão, o comunicado da Ryanair comprova que andou vendendo bilhetes para voos para os quais não tinha slots.

É o que evidencia o seu comunicado com uma alegada citação do seu CEO Michel O’Leary, no qual é anunciado que “todos os passageiros afetados por estes cancelamentos irão receber notificações no e-mail até final desta semana, com a possibilidade de reembolso ou voos alternativos de/para Lisboa para o verão 2022”.

O que confirma que andou vendendo voos sem garantia de os poder fazer, no âmbito da sua manobra de se apropriar dos slots antes do leilão que a TAP é obrigada a promover.