Aeroportos Europeus Consideram Estar Perto Da Recuperação Total Do Impacto Da Pandemia

O Airports Council International (ACI) Europe declarou estar à vista a superação total da quebra de passageiros nos aeroportos provocada pela pandemia de covid-19 a partir do primeiro trimestre de 2020. 

(PressTUR © Unsplash/Tomek Baginski)

O movimento de passageiros nos aeroportos europeus, segundo o ACI, ainda vão ter uma quebra de passageiros este ano face a 2019 em 4,5%, que, acrescenta, representa, uma significativa melhoria em relação ao que era a previsão de dezembro passado, que apontava para o dobro (-9%). 

E o ACI salienta que esse melhor desempenho ocorre apesar de fatores adversos, como as pressões inflacionistas e o aumento do preço dos voos, que diz ter sido em 36% nas rotas intra-europeias em outubro deste ano face a outubro de 2019, e das tensões geopolíticas com a guerra na Ucrânia. 

As novas previsões do ACI apontam que no próximo ano já será ultrapassada a quebra provocada pela pandemia e será superado o nível de passageiros de 2019 em 1,4%, tendência que prevê se aprofundará nos anos seguintes, chegando a +9,2% em 2027, quando há uns meses previa -2% em 2024 e +9% em 2027. 


Para esta evolução das previsões, o ACI aponta como um dos fatores a recuperação da procura em grandes aeroportos, nomeadamente pela recuperação da China, mas admite fatores adversos como o abrandamento das economias europeias e a continuação da inflação dos preços elevados dos combustíveis, bem como escassez de aviões e sobressalentes, além de questões geopolíticas. 

Ainda assim, depois de uma quebra de passageiros em 4,5% este ano em relação à pré-pandemia, o ACI prevê aumentos face a 2019 de 1,4% em 2024, 3,9% no ano seguinte, 6,5% em 2026 e 9,2% em 2027, e especifica que aponta para o segundo trimestre ‘a reviravolta, com aumento face a 2019 em 1,3%, depois de -0,3% no primeiro trimestre, seguido por aumentos de 2,6% no verão de 2024 e 1,4% no último trimestre. 

A previsão do ACI é que depois de em 2020 o número de passageiros nos aeroportos europeus ter registado quebra em 1,73 bilhões, agravada por decréscimos em 2021 de 1,42 bilhões, e 2022, de 0,46 bilhão, e este ano, de 0,22 milhão. 

A quebra acumulada provocada pela pandemia ascende assim a 3,9 bilhões este ano, segundo o ACI, que indica que, no entanto, no final deste ano o tráfego nos aeroportos europeus atingirá 95,5% do nível de 2019, quando em dezembro passado apontava para 91%. 


O Diretor-Geral, ACI Europa, Olivier Jankovec, citado em informação da Associação, comentou que aproximadamente metade dos aeroportos europeus já ultrapassaram os níveis de tráfego pré-pandemia, com alguns, até a apresentarem “crescimento exponencial”. 

Também há os que permanecem abaixo, admite o executivo, que até assinala que alguns lutam para recuperarem de “forma mais dinâmica”, acrescentando que é possível que não voltem a atingir os níveis de 2019 antes de 2026, “ou mesmo mais tarde”. 

O Diretor-Geral, ACI destacou ainda o fato de se verificarem grandes discrepâncias nos ritimos de recuperação, ao contrário do que aconteceu em anteriores crises, como a que ocorreu pelos atentados contra as torres gêmeas em Nova York ou a crise financeira. 

Olivier Jankovec admite que as discrepâncias decorram de restrições ao tráfego em alguns mercados e mudanças estruturais no mercado da aviação post-covid-19. E especifica que pode refletir a proeminência de tráfego de lazer e das viagens para visitas a familiares e amigos, bem como a força da procura intra-europeia internacional e transatlântica. 

Jankovec também destaca o impacto das companhias ‘ultra-low cost’ e o relativo entricheiramento das full service (tradicionais ou de rede), com a notável exceção da Turkish Airlines. 

Este quadro, acrescenta, tende a favorecer aeroportos secundários e regionais em lugar dos grandes hubs