Ryanair Sai De Prejuízos Mas Com Receio De Eventuais Surpresas Desagradáveis

A low cost Ryanair, maior companhia aérea europeia em número de passageiros transportados, informou ontem que voltou aos lucros no primeiro trimestre do novo ano fiscal, com 187,5 milhões de euros entre abril e junho, mas nem por isso avança previsões para o fim do ano, por recear eventuais surpresas desagradáveis. 

(© PressTur)

O surgimento da variante Ômicron da Covid-19 no passado mês de novembro de 2021 e a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro deste ano são os exemplos de ‘surpresas desagradáveis’ apontados pela Ryanair, que salienta que a recuperação do mercado da aviação permanece “frágil”. 

Diz a companhia aérea liderada por Michael O’Leary no balanço do seu primeiro trimestre do exercício 2022-23, publicado ontem, que a “experiência” com o surgimento da Ômicron e com a invasão da Ucrânia “mostram quão frágil permanece o mercado da aviação”. 

“A força de qualquer recuperação estará fortemente dependente de não surgirem desenvolvimentos adversos inesperados ao longo do que resta” do exercício, avisa de seguida a Ryanair, que sobre o trimestre terminado a 30 de junho indica que transportou 45,5 milhões de passageiros, ultrapassando assim a marca do período homólogo de 2019, pré-pandemia, em que somou 41,9 milhões de passageiros, mas ficando 22,8% abaixo em lucros, já que teve um aumento das despesas operacionais (+15,9%) superior à progressão das receitas (+12,5%, para 2.601,5 bilhões), pelo fraco aumento (+2,9%, para 1.576,4 bilhão) das receitas de tráfego, apenas parcialmente compensado pelas chamadas receitas auxiliares (+28,9%, para 1.025,1 bilhão de euros). 

A informação da low cost aponta aliás um impacto negativo da guerra na Ucrânia sobre os preços, embora atualmente, e nomeadamente, para o verão, a Ryanair diga estar com um aumento da tarifa média face à época homóloga de 2019 próximo do limite inferior dos dois dígitos. 

Adicionalmente a Ryanair alerta para o impacto da subida dos combustíveis, que, no seu caso, afirma, incidir sob apenas 20% do consumo estimado, pois o restante está ‘protegido’ por hedging

A Ryanair termina ainda assim a informação com uma nota positiva, de esperança de já pode ser mais clara na próxima informação sobre resultados, o que significará que estará superada a avaliação de que a recuperação em curso é “muito forte mas ainda frágil”.