AHP Prevê Que 70% Dos Hotéis Encerrem Entre O Reveillon E A Primavera

A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) estima que até ao final do ano “mais de 70% da oferta esteja encerrada e não reabra antes da Primavera de 2021”. Em comunicado, o presidente da AHP, Raul Martins, considera que as medidas restritivas impostas pelo governo para conter o avanço da covid-19 estão afetando gravemente o setor da hotelaria.

Raul Martins, Presidente da AHP. (© PressTur)

O presidente da AHP considera que “não se alcança o sentido de, no atual estado de emergência, serem admitidas certas exceções, como as que se verificam para o comércio, e serem colocadas limitações em 121 concelhos aos empreendimentos turísticos, e aos estabelecimentos de restauração”.

Nos 121 concelhos mais afetados pela pandemia, em Portugal, foi imposto desde segunda-feira um recolher obrigatório entre as 23 e as 5 hrs aos dias de semana e entre as 13 e as 5 hrs nos próximos dois fins-de-semana (14 e 15 e 21 e 22 de Novembro).

“As poucas reservas que havia para estes dois fins de semana vão ser canceladas”, frisou Raul Martins, sublinhando que “os hotéis são locais absolutamente seguros e as pessoas que neles se pretendem alojar não têm interesse em deslocar-se para estarem fechadas num hotel a maior parte do tempo e com horas para poder regressar a casa”.

O presidente da AHP sublinha que, na época baixa, a hotelaria vive “sobretudo das reservas de fim de semana e dos eventos, corporate, que está em trabalho remoto, e outros eventos, que este ano pouco há”.

Ao acrescentar a este cenário as restrições às deslocações, em 121 concelhos, onde habitam cerca de sete milhões de pessoas, a situação torna-se “desesperante para quem ainda se mantém aberto”, acrescenta Raul Martins.

O dirigente associativo declara-se a favor do “cumprimento das regras que permitam controlar o crescimento da pandemia no nosso país”, mas diz não poder concordar “quando estas avançam com medidas pouco claras e discricionárias, decididas em cima da hora e sacrificam as poucas unidades hoteleiras, e os trabalhadores, que lutam por manter as suas portas abertas”.

“Sem apoios as empresas de hotelaria irão à falência e quando houver turistas não haverá hotéis disponíveis”, conclui Raul Martins.